Problemas
De acordo com o que foi verificado pela equipe do CRM-PB, na manhã deste dia 1º de abril estavam faltando 17 medicamentos orais quimioterápicos, além de seis tipos de antibióticos. Mais de 70 pacientes com câncer de próstata estão na lista de espera por algum desses medicamentos. Também faltam os cateteres das bombas de infusão usadas na quimioterapia, o que prejudica o tratamento. No centro cirúrgico, médicos têm que administrar o uso de antibióticos após os procedimentos, pois é comum faltarem esses medicamentos, além de luvas e soro fisiológico. Funcionários da farmácia disseram que há mais de seis meses enfrentam o problema da falta de estoque de remédios.
“A rotina dos pacientes que irão iniciar o tratamento tem sido difícil. Ele faz a consulta com o oncologista, é encaminhado para a quimioterapia para iniciar a medicação, mas chegando ao setor deixa um telefone de contato para que um funcionário do hospital lhe telefone para avisar que chegou o medicamento. Verificamos que vários pacientes estão passando por isso”, disse o médico fiscal do CRM-PB, Marnio Solermann.
Os pacientes que dependem da radioterapia também estão enfrentando dificuldades no tratamento. Há quase dois meses um dos equipamentos sofreu um curto circuito por conta das fortes chuvas e, desde então, está sem funcionar. Já foram gastos mais de R$160 mil e ainda não há previsão de quando a máquina irá voltar a funcionar.
Condições financeiras
O diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, afirma que o hospital vem enfrentando um sério problema financeiro, que precisa ser sanado para que não comprometa ainda mais a saúde dos pacientes. “O paciente oncológico não pode esperar. É preciso que se faça algo com urgência, caso contrário a falência do hospital será inevitável”, disse.
De acordo com a direção do hospital, 92% dos pacientes atendidos no Napoleão Laureano são do Sistema Único de Saúde (SUS), que está com uma tabela de valores de procedimentos congelada há cinco anos. Mais de 70% dos pacientes com câncer no Estado são tratados no Laureano e, em alguns casos, como pediatria e hematologia, esse número chega quase a 100%. “Este é um hospital importantíssimo para o Estado, não pode ficar dependendo apenas de doações e chegar a este ponto que chegou”, afirmou o diretor de fiscalização.
Portal WSCOM