O consumo de bebidas alcoólicas
é conhecido por aumentar o risco do desenvolvimento do câncer de mama, mas as
mulheres não têm consciência disso. Isso é que o mostrou um estudo realizado
pela Universidade de Southampton, no Reino Unido, publicado no periódico
médico BMJ Journal.
O estudo ressalta que fatores de risco potencialmente
modificáveis respondem por aproximadamente 23% dos cânceres de mama, sendo a
obesidade e o álcool os dois maiores.
Os pesquisadores avaliaram 205 mulheres que estavam sendo
submetidas a exames de câncer de mama ou procuravam tratamento para a doença em
um hospital do Reino Unido. Elas foram entrevistadas sobre seus conhecimentos
sobre fatores de risco para o câncer de mama.
Cerca de metade das entrevistadas sabia que fumar era um fator
de risco e 30% reconheciam a obesidade como outro fator. Mas apenas 20% sabia
que o consumo de álcool também aumentava a chance do desenvolvimento da doença.
Já entre 33 funcionários do hospital consultados quase metade
(49%) tinham esse conhecimento.
As descobertas desse estudo coincidem com pesquisas anteriores
realizadas nos Estados Unidos. Um estudo da Sociedade Americana de Oncologia
Clínica feito em 2017 revelou que 70% dos norte-americanos não sabiam que o
consumo de álcool era um fator de risco para o câncer.
Estima-se que o álcool seja responsável por cerca de 5% a 11% de
todos os casos de câncer de mama, com risco maior em consumidores de grande
quantidade de bebidas alcoólicas.
Um
estudo recente afirmou que beber uma garrafa de vinho por semana é o
equivalente a fumar 10 cigarros pelo mesmo período, para mulheres, em termos de
risco geral de câncer, segundo o site científico Live Science.
A nova pesquisa também aponta que as pessoas têm dificuldade em
precisar quanto consomem de álcool. Mais da metade das participantes (56%) não
souberam estimar qual o teor de álcool correto em um copo de vinho, um litro de
cerveja, um litro de sidra e uma garrafa de licor.
Isso sugere que muitas mulheres podem não saber que seu nível de
consumo de álcool está aumentando o risco de câncer de mama, ressalta o estudo.
Ao serem questionadas sobre a importância de receber informações
sobre prevenção de câncer de mama, 30% disseram que isso contribuiria para ir a
consultas e 70% que não faria diferença.