Os
trabalhadores dos Correios anunciaram que entrarão em greve a partir da noite
desta quarta-feira (31/07/2019). Segundo a Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a
categoria realiza na manhã desta terça-feira (30/07/2019) a última reunião
prevista no calendário de negociação com os Correios, em Brasília.
De acordo com Fischer Moreira, secretário de imprensa da
Fentect, a categoria protesta contra o baixo “reajuste salarial e contra a
retirada de direitos históricos da categoria”. Uma das alterações propostas
pela empresa é a exclusão de pais como dependentes no plano de saúde dos
funcionários e aumento na coparticipação do plano, que hoje está por volta de
30%. O reajuste salarial proposto é de 0,8%, valor considerado irrisório pela
federação.
A greve foi anunciada ao
presidente dos Correios, Floriano Peixoto, na última segunda-feira
(29/07/2019). Apesar do indicativo de paralisação, os trabalhadores não
descartam novas negociações. “Ainda que tenha uma data marcada para greve, o
comando continua a disposição de negociar. Entendemos o momento da empresa, mas
é necessário também ver o lado do trabalhador”, afirma Moreira.
Os Correios estão em meio a uma
possibilidade de privatização, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro
(PSL). Os planos do governo, por enquanto, são de investir esforços na reforma
da Previdência, enquanto as privatizações ficariam para um segundo momento.
Fischer Moreira alega que a base aliada do governo no Congresso Nacional, como
a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), divulga informações sobre a
empresa que “faltam com a verdade”.
Os Correios afirmaram que “continuam em negociação com
representações dos empregados”, com mediação do Tribunal Superior do Trabalho,
e que “não é oportuno tratar de greve neste momento”.