O presidente Jair
Bolsonaro afirmou ontem (17) que o governo vai trabalhar por uma reforma
tributária mexendo apenas em impostos federais, com perspectiva de redução da
carga tributária ao longo dos anos.
Uma das mudanças seria a redução da
alíquota máxima do imposto de renda (IR) para 25%. Atualmente, pessoas físicas
pagam até 27,5% e pessoas jurídicas, como empresas, pagam até 34% de IR.
Outra ideia do governo é unificar
impostos e contribuições federais, como PIS, Cofins, IPI e IOF, em um imposto
único.
“O que nós queremos fazer, conforme explanação
do Marcos Cintra, no dia de ontem, na reunião de ministros, é mexer só com os
tributos federais. Uma tabela de imposto de renda de, no máximo, 25%, e dar uma
adequada. E nós queremos, segundo o próprio Onyx Lorenzoni falou, no dia de
ontem, na reunião, nós queremos, ano a ano, ir reduzindo nossa carga
tributária”, afirmou o presidente em entrevista a jornalistas logo após
participar da cúpula do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina.
O Brasil assumiu a presidência
pro-tempore do bloco pelos próximos seis meses. Durante seu discurso na cúpula,
Bolsonaro afirmou que pretende trabalhar pela redução de tarifas e ampliação
de acordos comerciais. O presidente retorna ainda na tarde desta
quarta-feira para Brasília.
Ainda na entrevista, Bolsonaro disse
que esta semana devem ser anunciadas novas regras para saques de contas do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “É uma pequena injeção na
economia e é bem-vindo isso daí, porque começa a economia, segundo os
especialistas, a dar sinais de recuperação”, disse.
Perguntado sobre a possibilidade do
Senado reincluir estados e municípios na reforma da Previdência, o presidente
ponderou que isso deveria ser feito em um projeto paralelo, para evitar que o
texto tenha retornar à Câmara dos Deputados.
“Eu acho que não é o caso de mexer
nessa proposta, porque ela voltaria para a Câmara. Pode ser uma PEC paralela, é
outra história para ser discutida”, disse
Bolsonaro voltou a comentar sobre a
eventual indicação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Segundo ele, consultas
preliminares serão feitas ao governo norte-americano e o presidente Donald Trump
deve dar o seu aval. “Tenho certeza que ele dará o sinal positivo”, disse.
Na coletiva com chanceleres do
Mercosul, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, elogiou Eduardo
Bolsonaro e disse que ele pode ajudar a alavancar projetos entre o Brasil e
Estados Unidos.
“É uma pessoa com grande capacidade
de articulação política, ajudaria muito os projetos que temos com Estados
Unidos. A perspectiva agora dependeria, sobretudo, claro, da aprovação pelo
Senado, mas me parece que seria um excelente nome”, disse.