Um celular foi encontrado pela Polícia Federal (PF) dentro de
uma caixa de remédio que estava em um frigobar na casa do deputado federal
Wilson Santiago (PTB-PB), em João Pessoa. A apressão aconteceu durante a
operação que os agentes federais realizaram na semana passada em imóveis do
parlamentar paraibano e na residência de outros políticos em vários estados do
país.
Na
operação, a PF, que cumpriu vários mandados de buscas e apreensão, prendeu o
prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes. O gestor e o deputado Wilson
Santiago foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) como suspeitos
de integrarem uma possível organização criminosa que desviraram recursos
públicos de obras do sertão da Paraíba.
O
MPF chegou a pedir também a prisão preventiva de Wilson Santiago, mas o
ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), não acatou e
determinou seu afastamento, imediato, do cargo de deputado. Wilson nega as
acusações e qualquer tipo de relação com os fatos investigados.
O
celular encontrado estava no quarto de Wilson Santiago, dentro de uma caixa de
remédio de nome Saxenda, que serve para a perda de peso. A PF desconfia que o
aparelho tenha sido usado para tratar de assuntos ilícitos.
As
investigações tiveram início com a colaboração premiada do empresário George
Ramalho, proprietário da Coneco Construções, que atua na Paraíba. Ele teria
dito que foi contratado para realizar a construção de uma adutora no sertão do
Estado e que, para fazer a obra, teria feito um acordo de pagamento de propina
ao deputado e ao prefeito de Uiraúna.
O valor total da obra foi de R$
24,8 milhões, e o montante desviado, segundo o inquérito, de R$ 1,2 milhão.