Corpo do músico Pinto do Acordeon é velado em João Pessoa e sepultamento será em Patos

O corpo do músico paraibano Pinto do Acordeon está sendo velado na noite desta terça-feira (21), em João Pessoa. O artista morreu durante a madrugada, aos 72 anos, vítima de um câncer. O sepultamento dele está previsto para acontecer no fim da tarde da quarta-feira (22) em Patos, no Sertão do estado.
O corpo de Pinto do Acordeon chegou em João Pessoa, capital paraibana, por volta das 22h desta terça e foi levado para ser velado no Cemitério Parque das Acácias, na rua Luiz de Lima Freire, 200, no bairro José Américo.
Em nota, a família do artista informou que o velório será realizado seguindo todas as recomendações de autoridades em saúde, para evitar a propagação da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Às 9h da quarta (22), o corpo sairá do cemitério Parque das Acácias em um cortejo com carro aberto, com destino à cidade de Patos. Uma parada está prevista para acontecer em Santa Luzia, município também localizado no Sertão paraibano.
O corpo do músico deve chegar em Patos por volta das 14h, também em cortejo com veículo aberto, que seguirá até o Cemitério Jardim da Paz, localizado na altura do quilômetro 328, da BR-230, na Vila Mariana.
Pinto do Acordeon morreu aos 72 anos na madrugada desta terça-feira — Foto: Rafael Passos/Secom-JP
Pinto do Acordeon morreu aos 72 anos na madrugada desta terça-feira — Foto: Rafael Passos/Secom-JP

Pinto do Acordeon

Francisco Ferreira Lima, o Pinto do Acordeon, nasceu no município de Conceição, no Sertão paraibano. Ele se tornou popular a partir de apresentações que realizava junto a trupe de Luiz Gonzaga. Ele gravou cerca de 20 álbuns durante a carreira. “Neném Mulher” é uma das músicas mais conhecidas do repertório.
Ele lançou seu primeiro LP solo (1976), no mesmo ano, a canção “Arte culinária”, uma parceria sua com Lindolfo Barbosa, fez sucesso com o Trio Nordestino; o LP “Gosto da Bahia”, pela Gravadora Japoti (1970); o álbum “As filhas da viúva” (1980); o LP “O rei do forró sou eu” Nova Produções (1994); participou da gravação do DVD do grupo paraibano Clã Brasil (2006); e os CDS: 20 anos de estrada, De língua, Forró Cocota, Me botando pra roer, Projeto divino, Eco nordeste, Vem viver essa paixão, Deixa o dia clarear; Sertanejo, entre outros. Durante toda a carreira, somam-se cerca de 20 álbuns gravados, entre LPs e CDs.
A obra do cantor e compositor Pinto do Acordeon se tornou Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado da Paraíba no dia 13 de julho de 2019.
De autoria do deputado Delegado Wallber Virgolino, o projeto de lei foi aprovado por unanimidade na Assembleia legislativa, durante uma votação realizada no dia 18 de junho.
Em setembro do mesmo ano, ele foi reconhecido com o título “Mestre das Artes Canhoto da Paraíba”. A homenagem foi oficializada pela Secretaria de Cultura do Estado através de uma publicação no Diário Oficial do Estado.
O título de Mestre das Arte’ foi criado pela Lei Estadual º 7.694, conhecida como Lei Canhoto da Paraíba. Ela é uma homenagem ao músico Francisco Soares de Araújo, conhecido como Canhoto da Paraíba, que morreu em 2008. O objetivo é proteger e valorizar os conhecimentos, fazeres e expressões das culturas tradicionais paraibanas.
Por meio do Registro no Livro de Mestres das Artes (REMA), as pessoas que contribuem há mais de 20 anos com atividades culturais na Paraíba recebem o título de “Mestres e Mestras”, ao terem suas artes reconhecidas.

Autoridades lamentam morte de Pinto do Acordeon

O prefeito Romero Rodrigues lamentou, profundamente, a morte do cantor e compositor Francisco Ferreira de Lima, Pinto do Acordeon. Romero Rodrigues destaca que Pinto do Acordeon foi um artista que sempre teve um compromisso inarredável com a cultura de sua terra. Lembrando que, durante muitos anos, Pinto do Acordeon integrou o rol dos artistas que se apresentaram no Parque do Povo, o prefeito campinense assegura que a cidade guardará com muito carinho e saudade a memória de seus shows de forró e baião marcados pela autenticidade e qualidade.
O prefeito Luciano Cartaxo, de João Pessoa, também se pronunciou sobre a morte do músico paraibano. “Foi com muito pesar que recebi a notícia do falecimento de Pinto do Acordeon. A Paraíba perde um de seus maiores nomes, uma referência em cultura nordestina e na nossa música. Ele era um artista nato, dono de um talento como poucos. Tive a oportunidade de ser seu companheiro na Câmara Municipal e muito me orgulhou poder homenageá-lo no nosso São João. Que Deus o receba de braços abertos e que sua família, amigos, fãs e admiradores tenham a força para superar o momento. Pinto do Acorden se vai, mais deixa uma história que jamais será apagada de nossas lembranças”, afirmou o prefeito Luciano Cartaxo.
G1