Com o avanço da Covid-19 em diversos países europeus e nos
Estados Unidos, a preocupação com uma possível segunda onda de casos no Brasil
cresce diariamente. O neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador do Comitê
Científico do Consórcio Nordeste, avalia que a preocupação envolve todas as
regiões do país, mas especialmente o Nordeste brasileiro. Ele defende que o
Brasil feche seu espaço aéreo contra nova onda do vírus.
Segundo ele,
considerando o período de três meses que leva para a onda de infecções europeia
chegar ao Brasil, a estimativa é que entre o período natalino e a primeira
semana de janeiro haja uma nova explosão de contaminações pelo coronavírus. “A
possibilidade que nós temos [de uma segunda onda no Nordeste] é muito real e
sim, eventualmente só teremos, antes de uma vacina, os mesmos recursos não
farmacológicos utilizados, como o isolamento social e a quarentena. Não existe
outra grande solução para uma explosão de casos como estamos vendo na Europa.”
Miguel Nicolelis lembra o número de hospitalizações e a taxa de
mortalidade sempre apresentam um atraso quanto ao crescimento de casos. No
entanto, ele aponta que o tanto autoridades europeias quanto norte-americanas
já apontam para superlotações e aumento das hospitalizações. O Comitê
Britânico, segundo neurocientista, já alertou que a superlotação hospital é
“uma possibilidade extremamente possível” enquanto os Estados Unidos já
registram 40% de alta nas internações no último mês. Com isso, a preocupação é
que o Brasil também enfrente novos aumentos. “O nosso receio é que ocorra
[aumento na taxa de contaminação] com as aglomerações que estão sendo feitas
por causa do processo eleitoral e vinda de turistas agora no final do ano. A
situação nos Estados Unidos e na Europa está piorando, o inverno está chegando
lá e muitas pessoas vão querer se refugiar em locais de regiões tropicais.
Então por isso estamos preocupados.”
O
cientista Miguel Nicolelis, defende que o Brasil feche seu espaço aéreo contra
nova onda de covid-19. A propósito disse que isso foi negligenciado no início
da pandemia: “Faltou uma estratégia nacional para deter a invasão do vírus.
Nossos aeroportos ficaram abertos por um mês. Vamos cometer os mesmos erros”.
PB AGORA